CBN – Curitiba - Ao menos 35% dos paranaenses acumularam dívidas em 2025, segundo números de Cartórios de Protesto

CBN – Curitiba - Ao menos 35% dos paranaenses acumularam dívidas em 2025, segundo números de Cartórios de Protesto

Ao menos 35% dos paranaenses acumularam dívidas em 2025, redução de 7 pontos percentuais em comparação com 2024, quando o índice foi de 42%. Os dados são da pesquisa “Retrato Econômico do Paraná”, realizada pelo Instituto de Estudos de Protesto de Títulos do Brasil – Seção Paraná (IEPTB/PR). O levantamento entrevistou 918 pessoas em todas as mesorregiões do estado.

A pesquisa também mostrou que mais da metade não possui reserva de emergência, apesar da redução no valor dos débitos e menor necessidade de cortes das famílias.

Cartão de crédito

O cartão de crédito permanece como principal meio de endividamento (34%), mas com queda em relação a 2024 (40%). Na mesma linha seguem os empréstimos pessoais, que aparecem com 15% neste ano, contra 20% no ano anterior.

O tipo de dívida que teve significativo crescimento foi o crediário/carnês de lojas, hoje citado por 14% dos entrevistados, contra 2% em 2024 — um aumento de 12% na modalidade.

Para o presidente do Instituto de Protesto do Paraná, João Norberto França Gomes, os juros para empréstimos no cartão de crédito são um dos principais pontos prejudiciais.

Gastos com apostas online

A pesquisa também traz um alerta: apesar dos medos em relação ao futuro, 29% dos entrevistados fizeram apostas online (bets) em 2025, contra 25% em 2024, representando um aumento de 4%.

O presidente explica que muitos paranaenses usaram recursos destinados a outras coisas para apostar.

Razões do endividamento

Os paranaenses apontam como principais motivos para o acúmulo de dívidas os gastos com imprevistos/emergências (35%) e a falta de planejamento financeiro (28%). Na sequência, aparecem desemprego/ficou sem renda, citados por 23% dos entrevistados e o consumo excessivo, com 14%.

Valores das dívidas

Segundo a pesquisa, os paranaenses possuem dívidas de menor valor, se comparado ao mesmo período do ano passado. Em 2024, a maioria dos paranaenses (32%) possuíam dívidas entre R$2.001,00 a R$5.000,00.

Em 2025, esse percentual foi de 21%. Além disso, 29% dos paranaenses disseram possuir dívidas entre R$500,00 e R$1.000,00.

A pesquisa ainda mostra que 27% dos entrevistados tiveram pelo menos uma dívida protestada em 2025.

A percepção sobre a efetividade da cobrança extrajudicial é evidente: 8 em cada 10 participantes afirmaram que pagariam suas dívidas se fossem intimados pelo Cartório de Protesto, e quase 90% dizem estar dispostos a pagar caso o credor ofereça condições de negociação.

Falta de planejamento

Além das dívidas, a pesquisa aponta para a falta de planejamento financeiro entre a população.

Mais da metade (55%) dos paranaenses não possui nenhuma reserva de emergência (55%). Houve uma pequena diminuição em relação ao mesmo período do ano passado, em que 60% dos paranaenses responderam não possuir reservas de emergência.

Daqueles que guardam dinheiro, 40% disseram que poupam todo o mês, o que representa um aumento de 20% em relação a 2024, em que apenas 20% dos entrevistados poupavam todos os meses.

O percentual equivalente a 36% dos entrevistados informou poupar de vez em quando, contra 27% do percentual indicado em 2024, representando, assim, uma alta de 9%. E 24% dos entrevistados disseram que poupam raramente, parcela muito semelhante à observada em 2024, na qual 22% indicaram a mesma resposta.

Redução de gastos

O levantamento mostra que metade dos paranaenses reduziram gastos em 2025, número inferior ao registrado no ano anterior, quando 70% haviam cortado despesas. A mudança representa uma queda de 20% na necessidade de redução de consumo, indicando maior estabilidade orçamentária. Os principais cortes dos paranaenses neste ano foram em viagens ou planejamento de viagens (18%), o cancelamento de TV por assinatura ou streaming (15%) e a diminuição de gastos com restaurantes, bares e cinemas (12%).

O levantamento também revelou que os gastos com alimentação são os que mais estão pesando no bolso dos paranaenses atualmente, com 44%, seguidos de aluguel (25%) e combustível (21%)

Preocupações

Entre os maiores medos expressamente indicados pelos entrevistados estão perder o emprego/ficar sem renda, preocupação mencionada por 32% dos paranaenses. Em segundo lugar aparece o medo de acumular muitas dívidas e não conseguir pagá-las (19%). Na sequência, figuram o medo de não ter poder aquisitivo para comprar itens essenciais (17%).
Investimentos preferidos

Entre os paranaenses que conseguiram guardar dinheiro, a poupança segue como a aplicação preferida, concentrando a escolha de metade dos entrevistados. Em seguida aparecem os fundos de investimento (13%) e o CDB (9%), percentual igual ao das ações (9%). A previdência privada foi mencionada por 4% dos respondentes, enquanto as criptomoedas foram citadas por 5%.

Fonte: CBN Curitiba