CNJ dá parecer favorável ao projeto que reajusta taxas de cartórios no Paraná

CNJ dá parecer favorável ao projeto que reajusta taxas de cartórios no Paraná

Proposta que está em tramitação na Alep recebeu parecer favorável do corregedor nacional de Justiça, ministro Mauro Campbell

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) deu parecer favorável ao projeto do Tribunal de Justiça do Paraná que prevê o reajuste nas taxas dos cartórios do Estado. A proposta, que está em tramitação na Assembleia Legislativa, recebeu parecer favorável do corregedor nacional de Justiça, ministro Mauro Campbell Marques.

O Blog Politicamente teve acesso ao documento do CNJ. O ministro corregedor cita que a proposta de reajuste não se trata de um simples reajuste monetário, mas de uma reforma estrutural necessária e urgente.

“Ainda que se considerasse apenas a inflação acumulada nesse longo período, o índice seria exponencialmente maior do que o ajuste proposto. A longa estagnação da tabela compromete a adequada remuneração dos serviços e posiciona o Estado do Paraná com valores significativamente inferiores aos praticados no restante dos Estados da Federação, o que, por via indireta, fomenta uma indesejável espécie de guerra fiscal entre os Estados, especialmente nos atos notariais não sujeitos ao princípio da territorialidade”.

A nova proposta de tabela, pontua o ministro Mauro Campbell, “traz regras claras e objetivas que irão desfazer dúvidas existentes na tabela original”, além de promover transparência e controle fiscal, com a discriminação individual dos atos e seus respectivos valores.

Mesmo se a proposta de reajuste for aprovada pelos deputados estaduais, os valores cobrados ainda estarão entre as mais baixos praticados pelos cartórios em todo o país. O ministro ainda destacou a melhoria na transparência para os usuários, que passarão a ter clareza sobre a composição do custo dos serviços e acesso a notas explicativas detalhadas.

O ministro Mauro Campbell ainda indeferiu um pedida da OAB Paraná que questionava o projeto do TJ e solicitava o retorno do anteprojeto ao TJ do Paraná para a realização de novos estudos. Segundo o CNJ, as preocupações apresentadas “não encontram amparo fático ou jurídico”, e o projeto está em plena conformidade com a legislação federal.

Apesar do posicionamento favorável do CNJ, a OAB do Paraná manifestou preocupação com o projeto citando que não apresenta dados suficientes para uma análise técnica adequada.

A Associação dos Notários e Registradores do Estado do Paraná (Anoreg) manifestou apoio à proposta, destacando que a atualização “corrige uma defasagem histórica de mais de 50 anos” e assegura a sustentabilidade dos cartórios, especialmente os de pequeno porte. A entidade reforçou ainda que os serviços extrajudiciais são autossustentáveis, ou seja, não recebem recursos públicos, sendo mantidos exclusivamente pelos emolumentos pagos pelos usuários.

O Registro de Imóveis do Brasil – Seção Paraná (RIB-PR) também ressalta a importância da modernização da tabela, sendo uma atualização essencial para garantir a continuidade, a qualidade e a sustentabilidade dos serviços registrais.

Fonte: Blog Politicamente