No dia 1º de dezembro, seis casais trocaram alianças dentro da Cadeia Pública de Jacarezinho. O casamento coletivo dentro da unidade masculina foi realizado por meio de uma parceria entre o Programa Justiça no Bairro, a Vara Criminal, o Juizado Especial, o Conselho da Comunidade, a Prefeitura Municipal, o Sesc, o Cartório de Registro Civil e o Departamento de Polícia Penal do Estado do Paraná (Deppen).
“A pena privativa de liberdade busca não apenas punir, mas também reeducar e preparar o indivíduo para o retorno ao convívio social, respeitando normas e valores. O sucesso desse retorno depende de como a sociedade recebe o egresso. A iniciativa do casamento comunitário dentro do cárcere é a garantia de que, quando chegar a hora, o indivíduo terá uma nova motivação para integrar a sociedade e deixar a criminalidade”, afirmou um dos idealizadores da ação, o juiz corregedor da Cadeia Pública de Jacarezinho, Renato Garcia.
A supervisora dos Juizados Especiais de Jacarezinho, juíza Joana Biazuz Tonetti, conduziu a cerimônia como juíza de paz e relatou a experiência do evento. “Já na entrada, encontramos com as noivas, que estavam todas de vestido branco, trajadas para o evento mais importante do ano, o casamento delas. Ao receberem o buquê que iriam usar no casamento, as lágrimas vieram aos olhos, e todos nós que ali estávamos pudemos perceber quão importante era aquele momento. Todos nós pudemos ver e sentir que o casamento serviu para os homens, ali presos, expressarem, de forma concreta, o desejo de mudar com o amparo da mulher que, a partir daquele momento, seria sua esposa. Para aqueles casais que já estavam em união estável, ter o direito de regularizar a sua situação e se casar no civil só fortalece o desejo de mudar a vida e sair desta situação de excluídos da sociedade”, destacou a magistrada.
Fonte: TJPR
